terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A BENÇA PAI

A bença, pai!
Hoje a poesia é pra ti.
Lembra do dia em que tu foi criança em meus braços?
Chorou feito menino inocente.
Me fez chorar junto a minha mãe e irmão.
Me fez mostrar que sou humano.
Mas era tu o menino e eu o homem.
Minha mãe meu alicerce,
Meu irmão nossa ponte.
Nem ele, ainda criança, naquele dia foi mais criança que tu.
Nossas lágrimas se perderam no tempo.
Pela segunda vez me abraçava.
Pedia-me desculpas por algo que não fez.
E agora?
Não solta a minha mão.
Não vai embora.
Avisa a papai do ceu que ainda não está na hora.
Ainda não cumprimos nossa tarefa.
Não diz nada.
Deixa o silencio cantar.
Não me faz ficar triste.
Não me faz mais chorar.
Não me deixa sentir medo, meu pai.
Não me deixa sentir incapáz.
Te amo, rapaz!
Naquela hora era tu o menino.
E eu era o homem.
Um homem despido e chorão.
Um menino sem culpa ou razão.
Não me faz ficar mudo.
Não deixa o coração parar de bater.
Avisa a papai do ceu que ainda não está na hora de levar você.

Heider Santos Gonzaga

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