A chuva cai em meio à multidão,
Mas não esfria o calor envolvido no refrão.
As nuvens escondem atrás do céu
Todos os desejos imbuídos em nossas mentes e pintados no painel
Liberto pro peito o poema que canto
E alimento a alma com todo o meu encanto
E quando sondo a minha voz pelo mundo causo espanto
Porque planto aquilo que desejo semear, e a rima mostra o que eu ainda consigo acreditar.
E se acredito faço minha estória e deixo minha marca
Se acreditar dou o melhor de mim e ainda levo pra casa
Levo pra casa e distribuo entre as baixas
Pra brotar dos olhos a esperança da conquista
Temos experiência de monte e muitas bocas com fome
Muita língua afiada ansiando por um microfone
Tom, dicção, expressão e palavra.
Externam a verdade sem vergonha numa praça
Sem vergonha se cala com vergonha do cara
Da cara pintada, da cara mostrada.
E com que cara fica esse cara se não demonstra na cara a expressão esperada por uma multidão de caras?
No movimento do corpo, na sintonia da alma.
Na tinta e pincel desenhando a minha arte
Com palavras masculinas e femininas
Calor, fervor, amor.
Paixão, sedução, alimentação.
Vontade, verdade, metade, beldade.
Negritude, virtude, razão, emoção.
Ascensão, conquista, homem, mulher menino e menina.
Todas elas construídas
De alegrias e tristezas vividas
E representa na pele a vitória
E na palma das mãos o respeito do aplauso
Descalçam as sandálias pra pisar em solo vasto
De onde crescem raízes. E cresço conquistando o meu espaço.
Nilldinha Silva e Heider Gonzaga